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Mostrando postagens de 2007

"Quem é o senhor?"

São 10:00hs da manhã. Acabo de deixar minha esposa em seu trabalho e retorno para casa, onde irei dar andamento aos meus afazeres. Chegando na entrada do bairro que moro, deparo-me com uma cena inusitada: um grupo de rapazes instala placas de propaganda bem na frente do posto da Guarda Municipal, aos olhos dos policiais (ou guardas como eles querem ser chamados). Fico intrigado, pois seu que a Lei 14223/06 proíbe a instalação de placas de anúncios em São Paulo. Fico pensando comigo mesmo se, como cidadão, devo fazer algo. Dou uma volta no quarteirão e resolvo que se não posso arrumar o mundo, pelo menos posso arrumar meu bairro. Retorno e estaciono meu carro em frente ao posto da GCM. Sou atendido educadamente pelo GCM Sobral. Pergunto a ele qual o papel da GCM, pois como cidadão, tenho dúvidas. E engato logo em seguida: "O fato desse pessoal estar instalando material de propaganda bem na sua frente não caracteriza quebra da lei municipal e portanto vocês deveriam fazer algo?&

7 de Dezembro, um dia para entrar para a historia. Pela 1ª vez em 12 anos, SP tem dia sem homicídios

Extraído do Portal Terra em 8 de Dezembro de 2007. Uma notícia muito importante para os paulistanos para ficar apenas em um portal da Internet. O secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Ronaldo Marzagão, afirmou na manhã deste sábado que ontem, pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 1995, os 93 distritos policiais da capital paulista - maior cidade do País - não registraram nenhum homicídio. A marca é inédita nos registros de estatísticas criminais da cidade, onde vivem cerca de 11 milhões de pessoas. O número de homicídios registrados no Estado de São Paulo caiu 63% desde 1999, quando 12,8 mil pessoas foram mortas. A taxa de homicídios caiu de 36 por 100 mil habitantes, em 1999, para 15 por 100 mil, em 2006. Na capital, houve queda de 72% no número de homicídios em sete anos. "Neste momento, são 11,6 homicídios por 100 mil habitantes. Se Deus quiser, chegaremos no ano que vem a 10 por 100 mil, que é uma marca aceita pela ONU", disse Marzagão. Ma

Caos aéreo? Uma visão do menos importante personagem desse episódio: o passageiro.

São 7:23 da manhã do dia 5 de Dezembro de 2007. Após viajar mais de 11 horas no dia anterior vindo de Toronto no Canadá, embarco para Curitiba no vôo 1220 da Gol. Os transtornos começam ao chegar ao aeroporto. Ao fazer o check-in, o atendente implica com minha mala de mão, pois diz que a mesma está pesada. Detalhe, ele ainda não a pesou! Explico que tenho apenas roupas e que a mesma foi feita pequena exatamente para evitar o despacho. Após uma conversa amigável, o convenço a tirar minha bagagem da esteira e levá-la na mão. Sou encaminhado ao portão 12 do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O portão 12 é o portão mais longe que existe. Uma boa caminhada desde o check-in. Ao chegar no portão, reparo que a aeronave ainda não se encontra no mesmo e pergunto à atendente (que não faz absolutamente nada a não ser olhar para o além sem saber muito se planta uma árvore ou se escreve um livro - minha sugestão à ela é que tente a primeira e esqueça a segunda, por questões óbvias) se o vôo vai

Óbvio

Antigo, mas atual. por Darcy Ribeiro. Nosso tema é o óbvio. Acho mesmo que os cientistas trabalham é com o óbvio. O negócio deles – nosso negócio – é lidar com o óbvio. Aparentemente, Deus é muito treteiro, faz as coisas de forma tão recôndita e disfarçada que se precisa desta categoria de gente – os cientistas – para ir tirando os véus, desvendando, a fim de revelar a obviedade do óbvio. O ruim deste procedimento é que parece um jogo sem fim. De fato, só conseguimos desmascarar uma obviedade para descobrir outras, mais óbvias ainda. Para começar, antes de entrar na obviedade educacional – que é nosso tema – vejamos algumas outras obviedades. É óbvio, por exemplo, que todo santo dia o sol nasce, se levanta, dá sua volta pelo céu, e se põe. Sabemos hoje muito bem que isto não é verdade. Mas foi preciso muita astúcia e gana para mostrar que a aurora e o crepúsculo são tretas de Deus. Não é assim? Gerações de sábios passaram por sacrifícios, recordados por todos, porque disseram que

Carta Aberta aos Senadores

Prezados Senadores e Senadoras, gostaria de agradecer ao mais recente e deprimente espetáculo político apresentados a nós, mero eleitores, a absolvição de Renan Calheiros. Aliás é assim que vocês nos enxergam, meros eleitores, pois após as eleições somos nada para vocês. Não importa se o senador (aliás, em minúscula, pois não dá para colocar mais baixo) Renan Calheiros cometeu um crime previsto no código civil/penal brasileiro. O que importa foi que ele é réu- confesso de quebra de decoro (como alguns de vocês não sabem o que isso, explico, decoro é acatamento das normas morais; dignidade, honradez, pundonor) e portanto passível de cassação. Mas esperar o quê de personagens como Wellington Salgado, senador- suplente, que nem voto recebeu e divaga sobre democracia (cometendo erros crassos de português, é claro, para manter o padrão)? Ou da senadora Ideli Salvatti, que a única contribuição à felicidade dos brasileiros foi permitir que sua assessora posasse nua em uma revista

Meu diálogo com o Senador Aloísio Mercadante - Parte II

Transcrevo abaixo e-mail de resposta do Senador Aloísio Mercadante sobre o Caso Renan Calheiros *** From: MERCADAN@senado.gov.br Subject: RES: Covarde e traidor Date: September 21, 2007 5:58:37 PM GMT-03:00 To: evanndro@gmail.com Espero que leia e compreenda minhas razões e as providências que estão sendo tomadas em relação aos processos contra o senador Renan Calheiros: 1) Nova representação contra o senador Renan Calheiros - Conforme tenho dito, esse processo apenas se iniciou. O senador Renan Calheiros não foi absolvido. A Mesa do Senado acaba de receber nova denúncia de que Renan Calheiros teria participado de um esquema de desvio de dinheiro em ministérios chefiados pelo PMDB. Essa nova representação somente agora passará a ser analisada. Portanto, novamente gostaria de esclarecer que são quatro representações, quatro processos diferentes. Estamos julgando um único mandato, mas estamos analisando quatro representações. O julgamento não acabou. Haverá mais três votações,

Meu diálogo com o Senador Aloísio Mercadante - Parte I

Transcrevo abaixo e-mail enviado ao Senador Aloísio Mercadante sobre o Caso Renan Calheiros -----Mensagem original----- De: Evanndro Paes dos Reis [mailto:evanndro@gmail.com] Enviada em: quinta-feira, 13 de setembro de 2007 10:37 Para: Sen. Aloizio Mercadante Oliva Assunto: Covarde e traidor Quando São Paulo mais precisou de você, você se acovardou. Traiu 10.497.348 de eleitores. Se abster de votar foi um ato de covardia, pois o julgamento era político e o povo não mais quer Renan como seu representante. Mas esperar o quê do PT que se mostrou a maior decepção ética da história republicana desse país? Espero que seus filhos olhem em seus olhos e transmitam a tristeza que o povo brasileiro sente nesse momento. Mas a hora dos políticos está para chegar.

Meu diálogo com o Senador Aloísio Mercadante - Parte III

Transcrevo abaixo alguns e-mails que troquei com o Senador Aloísio Mercadante a respeito do caso do senador Renan Calheiros. ***** Seus pontos parecem-me válidos e ponderados, entretanto, apesar do pequeno progresso, continuamos na mesma. Queremos que a classe política passe por uma "higienização" radical. Isso passa por eliminar do Congresso figuras que fogem ao critério da mais estrita definição de ética. O senador Renan Calheiros é um deles. Em pelo menos uma coisa Lula tinha razão: parece-nos que há 300 picaretas no Congresso. Cansamos disso. Contamos com sua ação para eliminar os 300. Carpe Diem, Evandro Paes dos Reis evanndro@evanndro.com http://www.evanndro.com http://politica-mente-brasil.blogspot.com On Oct 17, 2007, at 3:23 PM, Sen. Aloizio Mercadante Oliva wrote: Licença de Renan não resolve Sempre defendi o afastamento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado desde a apresentação da primeira denúncia no Conselho de Ética. Externe

A vitória da mentira, adultério e chantagem.

40 votos contra a cassação de Renan Calheiros. 40 votos a favor da mentira, do adultério e da chantagem. O Senado brasileiro mostrou que está a altura das expectativas do povo. Em uma pequena enquete com amigos e colegas percebi que ninguém mais se importa. "Afinal, são todos bandidos", afirma um. "Você esperava o quê dessa quadrilha?", afirmava outro. Muito triste esse sentimento, que somos irrelevantes, que nossos representantes não nos respeitam. Uma mistura da tristeza com decepção. Ingredientes básicos na formação de uma revolta. Mas esperar o quê de um povo inerte que só pensa no "eu, individual?". Os 40 senadores que votaram contra a cassação de Renan dividem-se em comparsas e covardes. Os comparsas usufruem das benesses da baixa moral e ética do presidente do Senado. Os covardes cederam às ameaças de Renan que insinuou que se fosse cassado "abriria o bico". Como disse um amigo meu, só nos resta o desprezo e a vergonha.

Vida Simples.

por Autor Desconhecido, mas poderia ser meu, pois reflete exatamente o que penso Fui criado com princípios morais comuns. Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões e nossa única preocupação em relação à segurança era a de que os "lanterninhas" dos cinemas nos expulsassem devido às batidas com os pés no chão quando uma determinada música era tocada no início dos filmes, nas matinês de domingo. Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder deseducadamente a policiais, mestres, aos mais idosos, autoridades. Confiávamos nos adultos porque todos eram pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade. Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror. Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo que perdemos. Por tudo meus filhos um dia temerão. Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adu

O Brasil de hoje.

A Grande Vaia

Sujar ou lavar as mãos?

O atual presidente-zumbi do Senado, Renan Calheiros, declarou que ""Se quiserem minha cadeira, vão ter que sujar as mãos." Os senadores agora têm um dilema: antes eles queriam lavar as mãos e deixar para lá o caso Renan. Agora o distinto senador solicita que seus pares sujem as mãos. Que dilema. Que dilema.

Exame da OAB: ruim com ele, pior sem ele!

O Senador Gilvam Borges (PMDB-AP) propõe o fim do exame da OAB. Aqui minha visão sobre o PLS do Senador. Prezados e prezadas, não sou advogado, conheco bem a OAB, não sou dono de cursinho, sei como o exame é aplicado (tenho alguns advogados trabalhando para mim), sei que não sou unanimidade, sei que o exame da OAB não mede capacidade de ninguém e minha visão não é superficial, ela é conceitual. Concordo plenamente que o exame da OAB tem furos. Não mede a competência nem caráter profissional de ninguém. Agora, se COM o exame são aprovados ALGUNS "desqualificados" e incompetentes, SEM o exame serão aprovados TODOS os "desqualificados" e incompetentes. Isso é, matematicamente, diminuir a qualidade. Exames não medem o caráter profissional de ninguém, assim como a democracia não propicia o sistema político ideal, mas é o melhor que temos. Não ter nada é retroagir. Recebi mais de 20 e-mails criticando minha posição, TODOS ou de formandos ou de bacharéis, talvez al

O Estado é laico?

O Brasil evoluiu bastante nesses últimos anos. Mas não o suficiente para demonstrar que é um país sério no contexto mundial. Uma das demonstrações dessa falta de seriedade é a completa mistura que governantes fazem quando assumem o poder. Procuram demonstrar o quanto são como a maioria, quando deveriam demonstrar que são como TODOS. Pois governo governa para todos e não para a maioria. Um exemplo disso se deu nas posses de diversos governadores no país. Muitos deles preferiram comparecer a igrejas durante o "ritual" da posse. Não seria o Estado laico? O que leva um governante ir a uma igreja católica e não a uma sinagoga durante a posse? Governar para todos e não para alguns (não importa se minoria ou maioria) deveria ser a premissa básica de todo governante. Mas como estamos em um país que não sabe a linha divisória entre público e privado, governo e povo, meu e seu, enfretamos situações como essa. Uma pena. Quando iremos acordar?