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Mostrando postagens de junho, 2005

Meu silêncio de protesto.

Do mestre, com carinho: o país está à deriva.

Artigo, impecável, do nosso mestre, Yves Gandra Martins, no JB do dia 2 de Junho de 2005. "Como cidadão brasileiro e trabalhador do Direito, preocupa-me sempre o destino do país. Não sou político, mas um professor universitário aposentado e advogado militante, mas entendo - como gostaria que todos os cidadãos o fizessem - que o exercício da cidadania implica a responsabilidade de não apenas votar nas eleições, mas fiscalizar governos e expor preocupações em artigos, cartas aos leitores, reuniões, em associações, quaisquer que elas sejam, sempre objetivando colaborar com o país e com as autoridades constituídas. A crítica sincera, talvez, seja a melhor contribuição que os governos podem receber dos cidadãos da mesma forma que os jornais se orientam pela reação de seus leitores mais fiéis nas manifestações epistolares. Por esta razão - sem quase nunca fazer ataques pessoais - critico políticas que me parecem equivocadas, mesmo correndo o risco de eu mesmo estar equivocado. O tem

Saída de Dirceu não muda nada. Mas muda tudo.

A saída de José Dirceu do comando da Casa Civil em nada muda os rumos do cenário político do país, mas muda, e muito, o andar da carruagem dos projetos de, praticamente, todos os ministérios. Mau administrador, centralizador e pouco moldado ao comando consensual, Dirceu atravancava muitos projetos. Vários ministérios não liberavam verbas disponíveis por falta de aprovação, que deveria vir do centro do poder, o Gabinete da Casa Civil. Vaya con Dios, Dirceu.

Lula pede para avaliar seu governo quando o mesmo acabar.

Portanto, estamos 24 horas atrasados. Comecem a avaliação.

O presidencialismo acabou.

Com no máximo 20% de representatividade no Congresso, um presidente nunca conseguiria governar. Portanto precisa fazer "acordos" com os demais 80% e isso o coloca em situação de barganha, algo muito perigoso e que gera os episódios que presenciamos desde que a impressa nos permite. Portanto, precisamos mudar isso. O que vimos hoje é consequência, não causa. O presidencialismo, como gostaríamos, morreu. Multi-partidarismo sem fidelidade partidária é o câncer de nosso modelo.

Star Wars? Collor, Episódio II. Lula, Episódio I.

Os personagens são os mesmos: um presidente, um assessor próximo, um tesoureiro, uma secretária, um motorista e uma série de parasitas feios e mal encarados ao redor do Planalto. O mesmo clima de traição. O mesmo despreparo de um presidente. O mesmo cenário. Será que estamos presenciando uma saga em episódios, que se iniciou (ou continuou) com Collor e agora continua (ou se inicia) com Lula? Acho que descobriremos outra mentira nos bastidores da política brasileira: não foi Duda Mendonça o idealizador do marketing político de Lula. Foi George Lucas.

Falta um estrategista.

O governo está perdido. Entre os quadros do PT nunca houve um estrategista. Ou havia e ele foi assassinado. Isso nunca saberemos. Mas vários atos demonstram que o governo não sabe para onde vai e, principalmente, como chegar lá. Desde a falta de uma agenda progressista e viável até a fracassada (e até certo ponto, vergonhosa) gestão da crise política que atravessa, o governo demonstra sua mediocridade. Boas intenções, mas sem boas execuções.

"Tomaso Buschetta" da política brasileira.

Ao tentar desqualificar Roberto Jefferson e, por consequência, seu depoimento, a base governista (governo, PT, PP e PL) aumentou a credibilidade do mesmo. Isso por que, Roberto Jefferson faz o papel de Tomaso Buschetta, o famoso mafioso que nos anos 80 se "arrependeu" de seus atos e entregou toda a máfia italiana às autoridades. As acusações de Roberto Jefferson têm o peso de quem faz parte do lado podre da política brasileira. Portanto, têm credibilidade.

Regra número 1 da gestão de escândalos.

Roberto Jefferson está aplicando a cartilha de como gerenciar crises e escândalos, com maestria. Para sair do centro das atenções com as acusações de corrupção nos Correios, IRB e Eletronorte (apenas para citar algumas), ele acusou o PT da prática do mensalão. A cartilha diz que para abafar um escândalo, somente um escândalo maior.

O domínio de Dom José Dirceu no Globo.

Segundo a Folha de São Paulo, de hoje, em conversa com Roberto Jefferson, José Dirceu disse que o massacre que o mesmo estava sofrendo na Veja não poderia ser estancando, pois a revista está sob os domínios dos Tucanos. Mas que ele tinha poder de influenciar O Globo, pois "lá ele iria por cima." Alguém poderia me explicar o ele quis dizer com isso? Alguém de O Globo poderia se pronunciar?

Corte na própria carne I.

O presidente Lula afirmou que não irá poupar esforços em apurar (mas não disse punir) os responsáveis pela crise de moralidade que tomou conta do país nos últimos dias. Disse que se precisar, irá cortar a própria carne. Bom, presidente, comece cortando os membros. Os membros incompetentes de seu governo.

Mata a cobra e mostra o pau.

Frase que passou despercebida na entrevista de José Genoíno para a Rede Bandeirantes de Rádio: "Maria Lídia, eu e você somos cobras criadas". O que será que o ilustríssimo Presidente do PT quis dizer com isso? Aliás, se fosse mesmo, jamais entraria na fracassada e desastrosa entrevista de Delúbio Soares, tentado evitar o inevitável.

A pergunta que não quer calar.

Qual a razão pela qual os deputados que hoje vêm a público dizer que sabiam de rumores do mensalão e que ficaram indignados com o assunto, não terem criado uma "armadilha" para pegarem os contraventores com a "boca na botija" e puní-los exemplarmente?

O governo é coerente.

Temos presenciado nos últimos dias, com pesar, as denúncias de compras de "passes" de deputados pelo partido do governo, o PT, para que os mesmos apoiassem os planos e votações do mesmo. Se por um lado temos um governo bem intencionado, que procura quaisquer meios para justificar o fim (ou melhor, o início de uma nova ordem política), por outro temos o renascimento da "Lei de Gérson", onde o que importa é levar vantagem. Ou seja, um péssimo exemplo para nossa sociedade. Mas é por esse exato motivo que tenho que tirar o chapéu para nosso governo. Ele é extremamente coerente. Vamos aos fatos: 1. Desde que iniciou seu mandato, o governo vem dando maus exemplos para nossa sociedade, desde o desdenhar a educação formal, até a declaração do Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que fumou maconha até os 52 anos e se diz a favor da liberação das mesmas, sem explicar como combater seus males e o impacto social; 2. O governo demonstra fisiologismo, algo tão comum nos sindica