Política Mente, Brasil!

Eleitores, oposição e agora alguns meios de comunicação, começam a divulgar que Lula não tem um plano para o país, governando de acordo com seu instinto e com um olho na reeleição e outro nas pesquisas. Afirmo categoricamente que Lula NUNCA teve um plano. Quando das eleições solicitei ao PT o plano de Governo. Recebi um calhamaço listando os problemas do país. Coisas que nós, meros mortais e eleitores, estávamos cansados de saber. Até aí tudo bem, mas quando começamos a olhar o plano em busca das soluções só encontramos explicações esdrúxulas ou "sonhos de uma noite de verão". Bastava ler o "plano" para sabermos onde iríamos chegar. Uma coisa é certa: as coisas que não estavam escritas no plano tornaram-se realidade. Sugiro que todos nós obriguemos aos candidatos publicarem seus planos de "trabalho" antes de votarmos neles. Só depois de analisarmos se os planos são viáveis, aí sim damos o mandato para o mesmo. Vou mais longe, candidatos deveriam ser

Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas. O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal: " Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável. Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo uns trinta inimigos. O talento assusta." E ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pode dar ao pupilo que se inicia numa carreira difícil. A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência. Isso na Inglaterra. Imaginem aqui no Brasil. Não é demais lembrar a famosa trova de Clymaco da Costa: Há tantos burros mandando

Os meios de comunicação aparecem essa manhã com a manchete de que Lula elogiou a ministra Dilma Roussef, mas não mencionou palavras de apoio ao quase ex-ministro Antonio Palocci. Gostaria de alertar a ministra para não ficar empolgada com os elogios, pois a mesma mão que afaga, apaga. Lula elogiava Dirceu. No primeiro sinal de que ficar ao lado de Dirceu mancharia sua "ilibada reputação", Lula o abandonou. Lula elogiava Gushiken, no primeiro sinal de nódoa, o abandonou. Lula elogiava Genoíno. Depois nem o cumprimentava. E por aí vai. Agora chegou a vez do ministro Palocci. Mais uma lição do caráter de nosso "presidente". Portanto, ministra, prepare-se para ser esquecida ao primeiro sinal de que suas atitudes (futuras ou passadas) possam "manchar" os devaneios de nosso "presidente" de que antes dele, apenas aquele que morreu na cruz foi capaz de enxergar nossos problemas. Mas diferente daquele, Lula jamais seria capaz de entregar sua vida (m

Quais mais exemplos, a mãe de Lula (que, segundo ele, nasceu analfabeta), deu ao seu ilustre filho além de andar com a cabeça erguida, digna dos justos e donos da ética? Pergunto isso, pois Lula parece ser um filho rebelde que não segue à risca as recomendações de sua mãe. Logo após declarar em entrevista coletiva ao povo brasileiro que jamais disparou nenhuma inicitiva para bloquear as investigações das CPIs, Lula comandou uma tropa de choque no Congresso para evitar que a CPMI dos Correios fosse prorrogada e com isso não apurasse todas as denúncias. Fico só rezando para a mãe de Lula não ter-lhe ensinado os 10 mandamentos.

Em muitas ocasiões leio que Lula mudou radicalmente, ao assumir a presidência, mantendo uma postura extremamente conservadora e aderindo ao discurso neo-liberal de seus antecessores. Na verdade, Lula não mudou. Continua o mesmo na essência. O que mudaram foram seus discursos, mas mesmo esses continuam consistentes com seu passado. No passado Lula criticava os governos de forma leviana, sem levar em consideração os fatos e a realidade (e em muitas vezes, a viabilidade) dos seus pleitos. Hoje, continua fazendo a mesma coisa. Ao tentar desqualificar os irmãos de Celso Daniel, tomar para si os créditos da política econômica de seu antecessor, negar crimes cometidos - e confessados - por seu partido, mudar de opinião conforme a última manchete do dia, emitir opiniões de improviso sem ter embasamento do que está falando e sempre manter o clima de "camaradagem" ao seu redor, Lula faz o que sempre fez: política antiga, vazia, da retórica, sem resultados, para os menos esclarecidos

Em seu clássico filme, Em Busca do Cálice Sagrado, o grupo inglês, Monty Python, encena uma das mais hilárias passagens do filme quanto o Rei Arthur tenta passar pelo Cavaleiro Negro. Na cena (http://www.mwscomp.com/movies/grail/grail-04.htm), o Rei e o Cavaleiro lutam até o momento em que o Rei deixa o último sem os membros inferiores e superiores, totalmente subduzido. Sem a menor condição de lutar, o Cavaleiro desafia o Rei que se nega a continuar. Mas o Cavaleiro não desiste. Chama o Rei de covarde e se arrasta no chão (sem os braços e as pernas) tentando brigar, dizendo que pode morder as pernas do Rei. Mas é ignorado pelo mesmo. Em determinado momento diz que é invencível. Hilário José Dirceu insiste em chamar a opinião pública de covarde. E continua desafiando o sistema, mesmo se arrastando. Sempre sendo ignorado pelo Rei. Hilário.

Pergunta mal formulada (a negação da negação da afirmação), campanhas confusas, insatisfação com o governo, artigo de Lula na Folha e um pouco do "machismo" brasileiro foram os principais motivadores da vitória do NÃO. Agora voltamos à vida como ela é. Quando tivermos propostas sérias para combater a violência, estou à disposição. O custo desse referendo dava para melhorar o efetivo da polícia em 20%, ou construir 100 escolas, ou tirar da miséria 3 mil famílias, ou pagar os estudos (do básico à faculdade) de mais de 7 mil crianças. Mais um produto "das Organização PTralha".

Lula pode deixar um legado bom para o Brasil, after all. Ele demonstra claramente como não deve ser um presidente. Acabou o mito do Salvador da Pátria. O Brasil começa a perceber que não bastam boas idéias, boa vontade e "andar pelo Brasil inteiro" para saber administrar um país complexo como o nosso. Começa a surgir a percepção - correta - que para administrar um país é necessário um grupo de administradores experientes e com passado comprovado de sucesso em tal empreitada. Daí a força motriz do candidato Geraldo Alckmin, como mostra a Exame deste mês, onde 77% dos empresários entrevistados apontam Alckmin como candidato ideal. Razão? Sucesso na administração do Governo de São Paulo (em si um verdadeiro país). Esse sentimento não seria tão claro se Lula tivesse capacidade de comandar o Brasil. Parabéns Alckmin. Obrigado Lula.

Em plena campanha de desarmamento, a Rede Globo lança uma novela com o tema do Velho Oeste, onde os duelos eram notórios. Sinto cheiro de propaganda subliminar no ar.

O plesbicito sobre a proibição do comércio de armas no Brasil esconde o verdadeiro motivo de tanta violência: o consumo de bebidas alcoólicas. Se olharmos com carinho iremos ver que a grande "arma" que mata nossa população é o álcool. Presente nos acidentes de trânsito, violência doméstica, brigas entre adolescentes, homicídios fúteis, entre outros, o álcool é o grande vilão de nossa sociedade. Se o Governo quisesse realmente fazer algo para conter a violência, controlaria com rigor a disseminação de bares e as bebidas alcoólicas, tal como faz com postos de gasolina. Mas nosso "governo" não irá fazer nada, visto que seu comandante-em-chefe é um grande apreciador do álcool, e nas suas piores representações, tais como cerveja e cachaça. Portanto, não seja iludido. Vote NÃO. Vote 1.

Perguntaram-me amigos se eu tinha vergonha dos políticos. Claro que sim. Mas muito mais vergonha tenho dos eleitores que vão às urnas despreparados, sem saber nem o nome dos seus candidatos, quanto mais suas plataforma políticas. Eleitores que querem sair rápido para aproveitar o feriado do dia das eleições ao invés de prestarem atenção no que estão fazendo. Isso sim dá-me vergonha. Ajudei nas duas últimas eleições. Sei do que estou falando. Infelizmente. Pergunto: um povo que não dá a devida atenção ao processo eleitoral, elegendo qualquer um, tem moral para exigir algo?

Fiquei dias sem postar nada neste blog, pois os episódios políticos não mudam. É o mesmo script nas últimas semanas. Revistas semanais publicam denúncias de mensalões, mensalinhos e messalinas. Políticos, falsos empresários e "organizadoras de eventos" negam as acusações. Revistas semanais publicam as provas das acusações. Personagens fogem e se escondem atrás das mais esfarrapadas desculpas. E começamos o ciclo novamente.

A CPI dos Correios (e agora as do Mensalão e dos Bingos) é uma excelente oportunidade para aprendermos mais sobre os nossos políticos. E já que a mesma está sendo considerada a melhor novela de todos os tempos, eu sugiro uma pequena adaptação: vamos transformá-la em BBB. Assim, nas próximas eleições, vamos mandar de volta para casa todos aqueles políticos que não cumpriram com sua obrigação, usaram a CPI mais para aparecer do que para investigar, se mostraram despreparados (emocional e educacionalmente) e que não gostamos. Para isso não precisamos ligar. Basta não votarmos neles.

José Dirceu afirmou que se fosse defenestrado levaria o Brasil consigo (vide post "Bright Minds Think Alike"). Começou. Há fortes indícios que o depoimento do advogado Rogério Buratti, para atingir o Ministro Antonio Palocci, tem o dedo (a mão toda na verdade) de Dirceu. Sabendo das relações de Palocci com Buratti, Dirceu usou o segundo para divulgar fatos, repito fatos, que podem arrastar o governo, que o abandonou, para o mesmo destino que o aguarda: personagem digno de repulsa nos livros de história.

Um possível, mas fictício, diálogo entre situação e oposição: - "Vossa Excêlencia não vai querer dizer que apenas agora escutou falar de Caixa 2 em campanha eleitoral?" - Deputado José Eduardo Cardozo (PT) dirigindo-se ao Senador César Borges (PFL). "Somos todos iguais, não achas?" - "Não, nobre Deputado. Somos diferentes. Vocês foram pegos."

A lei da máfia faculta a seus membros, que tenham sido presos pelas autoridades, total proteção e suporte. Tal condição só é possível se tal membro assumir apenas para si todas as responsabilidades dos crimes do qual é acusado e não entregar outros membros da máfia. Além disso, todas as negociações da máfia são feitas através de empresas laranjas, muitas vezes usando mecanismos, até certo ponto, legais. Alguma semelhança com o que estamos vendo hoje?

Um ditado americano, "Bright Minds Think Alike", ou algo como "Mentes Brilhantes Pensam Semelhante", define bem a turma acusada de corrupção na atualidade (cúpula do PT, deputados, e publicitários). O que quero dizer é que todos têm um perfil intelectual e cultural muito semelhante. Falam mal, são pouco cultos, não demonstram articulação e subestimaram suas chances de serem pegos (aliás, típico de gente de baixa inteligência). Isso prova uma coisa: os comandantes ainda não apareceram. A única exceção dessa análise parecer ser José Dirceu. Este parece ter incentivado o aparelhamento do PT e da máquina do governo por pessoas com capacidade menor que a sua. Em sua opinião (nunca humilde), rodear-se de pessoas de pior poder intelectual facilitaria seu comando e jamais colocaria sua autoridade em jogo. Isso funcionou por algum tempo. Mas ao encontrar alguém com maior capacidade intelectual, José Dirceu sucumbiu. Mas uma coisa é certa. Ele promete voltar e levar o

Era uma vez em um reino não muito distante, um plebeu que havia se tornado Rei. Após sua primeira noite de sono no palácio, acordou e foi direto ao seu espelho mágico. - "Espelho, espelho Dirceu, existe alguém mais correto do que eu?" E prontamente o espelho mágico respondeu: - "Sim, mestre." Intrigado, o novo Rei indagou: - "Espelho, espelho Zé, como faco para ser aquilo que ninguém é?" O espelho então retornou: - "Vós sois o vosso reino, mas necessitas levar vossas idéias a todos os reinos. Assim serás rei dos reis". Entusiasmado, o Rei continuou: - "Mas espelho, sou Rei de uma nação. Como levou minhas idéias sem deixar meu reino na mão?" - "Não te preocupes, ó Todo Imaculado. Vossos servos saberão seguir vossos ensinamentos. E o Grão-Vizir Dirceu, saberá cuidar do que é teu." E assim o fez o Rei. Deixou seu reino nas mãos do Grão-Vizir e seus discípulos e partiu para outros reinos levando suas idéias. No Reino

"Minha dor é perceber, que apesar De termos feito tudo tudo que fizemos Ainda somos os mesmo e vivemos Ainda somos os mesmo e vivemos Como nossos pais" (Belchior) A dor que o povo sente é a dor da traição e não da decepção. O PT traiu 25 anos de história. A esperança venceu o medo. A corrupção venceu a esperança. Só nos resta viver como nossos pais.

A Folha de São de Paulo de hoje publica entrevista com o Dep. José Eduardo Cardozo na qual o mesmo alega que "caixa dois" é algo comum nas campanhas eleitorais e que é hipocrisia imputar seu uso apenas ao PT. Ora, nobre deputado, se é "algo comum", o que o impediu de denunciá-lo logo que tomou conhecimento do mesmo? Além disso, quem está mentindo? O Sr. quando alega que não usou tal prática ou o Sr. Delúbio que diz que TODOS os integrantes do PT receberam por fora? A "Lei de Gérson" continua em voga - aliás, como diz nosso neófito presidente: "existem leis que pegam e outras que não (sic)" - e muito mais forte nas casas dos representantes do povo. Pergunto: se o uso de práticas ilegais é comum entre os que fazem as leis, quem nos salvará?

A Justiça ordenou a prisão dos donos da Schincariol por suspeita de sonegação de impostos e indícios de formação de quadrilha. Haviam apenas indícios e suspeitas que podem ser comprovadas (ou não). Pergunto: o que falta para a mesma Justiça ordenar a prisão dos "donos" do PT pelo mesmo crime, uma vez que os mesmos já confessaram (em meu parco conhecimento de leis, confissão parece ser um fato importante)? A Justiça ordenou a prisão cautelar dos donos da Daslu por temer a destruição de provas em processo que apura sonegação de impostos, contrabando e formação de quadrilha. Ora, Marcos Valério já começou a destruir as provas que comprometem suas empresas, o PT (e provavelmente outros partidos) e o governo. Pergunto: o que falta para a mesma Justiça ordenar a prisão do Sr. Marcos Valério?

Fontes alegam que a demora para Lula colocar em prática sua promessa, de cortar na própria carne, se for preciso, é devido ao fato que, dessa vez, não será indenizado pelo ato, diferente de quando amputou o próprio dedo para obter aposentadoria por invalidez.

Lula teria afirmado que daria uma cheque em branco assinado para Roberto Jefferson. Mas Lula impôs uma condição: deveria ser do Banco Rural e não cruzado, pois o mesmo deveria ser sacado na boca do caixa.

..., pois pelo jeito ele ainda não sabe. Afinal, ele sabe de pouca coisa. * Ele não sabia que o partido que ele fundou, afundou em corrupção; * Ele não sabia que seu braço direito e homem forte articulava compra de votos e promovia a corrupção; * Ele não sabia que seu filho foi usado como testa-de-ferro em uma operação suspeita, de capitalização de empresa; * Ele não sabia que o congresso estava chateado com o governo e iria votar em outro candidato para a presidência da Câmara; * Ele não sabia que, como presidente, deve mandar apurar qualquer acusação que chegue em suas mãos vinda da fonte confiável.

Caro Fernando, Você deve saber. Só se fala na necessidade de um encontro teu com o Lula, prenúncio de uma aliança do PSDB com o PT. A iniciativa garantiria a governabilidade, isolaria o atraso e permitiria ao país ir adiante. É coisa do Tinhoso. Resultará no desrespeito aos nossos eleitores e transferirá para nossas costas a paralisia administrativa do governo. Tome distância do aparelho petista. Se arruinaram o Lula, imagine o que farão aos outros. Lembra-se da última vez que nos pediram para socorrer um governo moralmente danificado? O Fernando Collor te chamou ao palácio e ofereceu o Itamaraty. Foi em abril de 1992. Felizmente recusamos a aliança. Eu tive um papel nessa história, mas a esta altura da eternidade não disputo rodapé de biografia. Nunca precisei de aliança para exercer e impor meu padrão de moralidade. Conte a esses rapazes que querem ir à Granja do Torto o que teria acontecido a você e ao Tasso Jereissati se o PSDB fosse atrás do Collor, como queria o Ciro Gomes. Tuc

Artigo, impecável, do nosso mestre, Yves Gandra Martins, no JB do dia 2 de Junho de 2005. "Como cidadão brasileiro e trabalhador do Direito, preocupa-me sempre o destino do país. Não sou político, mas um professor universitário aposentado e advogado militante, mas entendo - como gostaria que todos os cidadãos o fizessem - que o exercício da cidadania implica a responsabilidade de não apenas votar nas eleições, mas fiscalizar governos e expor preocupações em artigos, cartas aos leitores, reuniões, em associações, quaisquer que elas sejam, sempre objetivando colaborar com o país e com as autoridades constituídas. A crítica sincera, talvez, seja a melhor contribuição que os governos podem receber dos cidadãos da mesma forma que os jornais se orientam pela reação de seus leitores mais fiéis nas manifestações epistolares. Por esta razão - sem quase nunca fazer ataques pessoais - critico políticas que me parecem equivocadas, mesmo correndo o risco de eu mesmo estar equivocado. O tem

A saída de José Dirceu do comando da Casa Civil em nada muda os rumos do cenário político do país, mas muda, e muito, o andar da carruagem dos projetos de, praticamente, todos os ministérios. Mau administrador, centralizador e pouco moldado ao comando consensual, Dirceu atravancava muitos projetos. Vários ministérios não liberavam verbas disponíveis por falta de aprovação, que deveria vir do centro do poder, o Gabinete da Casa Civil. Vaya con Dios, Dirceu.

Portanto, estamos 24 horas atrasados. Comecem a avaliação.

Com no máximo 20% de representatividade no Congresso, um presidente nunca conseguiria governar. Portanto precisa fazer "acordos" com os demais 80% e isso o coloca em situação de barganha, algo muito perigoso e que gera os episódios que presenciamos desde que a impressa nos permite. Portanto, precisamos mudar isso. O que vimos hoje é consequência, não causa. O presidencialismo, como gostaríamos, morreu. Multi-partidarismo sem fidelidade partidária é o câncer de nosso modelo.

Os personagens são os mesmos: um presidente, um assessor próximo, um tesoureiro, uma secretária, um motorista e uma série de parasitas feios e mal encarados ao redor do Planalto. O mesmo clima de traição. O mesmo despreparo de um presidente. O mesmo cenário. Será que estamos presenciando uma saga em episódios, que se iniciou (ou continuou) com Collor e agora continua (ou se inicia) com Lula? Acho que descobriremos outra mentira nos bastidores da política brasileira: não foi Duda Mendonça o idealizador do marketing político de Lula. Foi George Lucas.

O governo está perdido. Entre os quadros do PT nunca houve um estrategista. Ou havia e ele foi assassinado. Isso nunca saberemos. Mas vários atos demonstram que o governo não sabe para onde vai e, principalmente, como chegar lá. Desde a falta de uma agenda progressista e viável até a fracassada (e até certo ponto, vergonhosa) gestão da crise política que atravessa, o governo demonstra sua mediocridade. Boas intenções, mas sem boas execuções.

Ao tentar desqualificar Roberto Jefferson e, por consequência, seu depoimento, a base governista (governo, PT, PP e PL) aumentou a credibilidade do mesmo. Isso por que, Roberto Jefferson faz o papel de Tomaso Buschetta, o famoso mafioso que nos anos 80 se "arrependeu" de seus atos e entregou toda a máfia italiana às autoridades. As acusações de Roberto Jefferson têm o peso de quem faz parte do lado podre da política brasileira. Portanto, têm credibilidade.

Roberto Jefferson está aplicando a cartilha de como gerenciar crises e escândalos, com maestria. Para sair do centro das atenções com as acusações de corrupção nos Correios, IRB e Eletronorte (apenas para citar algumas), ele acusou o PT da prática do mensalão. A cartilha diz que para abafar um escândalo, somente um escândalo maior.

Segundo a Folha de São Paulo, de hoje, em conversa com Roberto Jefferson, José Dirceu disse que o massacre que o mesmo estava sofrendo na Veja não poderia ser estancando, pois a revista está sob os domínios dos Tucanos. Mas que ele tinha poder de influenciar O Globo, pois "lá ele iria por cima." Alguém poderia me explicar o ele quis dizer com isso? Alguém de O Globo poderia se pronunciar?

O presidente Lula afirmou que não irá poupar esforços em apurar (mas não disse punir) os responsáveis pela crise de moralidade que tomou conta do país nos últimos dias. Disse que se precisar, irá cortar a própria carne. Bom, presidente, comece cortando os membros. Os membros incompetentes de seu governo.

Frase que passou despercebida na entrevista de José Genoíno para a Rede Bandeirantes de Rádio: "Maria Lídia, eu e você somos cobras criadas". O que será que o ilustríssimo Presidente do PT quis dizer com isso? Aliás, se fosse mesmo, jamais entraria na fracassada e desastrosa entrevista de Delúbio Soares, tentado evitar o inevitável.

Qual a razão pela qual os deputados que hoje vêm a público dizer que sabiam de rumores do mensalão e que ficaram indignados com o assunto, não terem criado uma "armadilha" para pegarem os contraventores com a "boca na botija" e puní-los exemplarmente?

Temos presenciado nos últimos dias, com pesar, as denúncias de compras de "passes" de deputados pelo partido do governo, o PT, para que os mesmos apoiassem os planos e votações do mesmo. Se por um lado temos um governo bem intencionado, que procura quaisquer meios para justificar o fim (ou melhor, o início de uma nova ordem política), por outro temos o renascimento da "Lei de Gérson", onde o que importa é levar vantagem. Ou seja, um péssimo exemplo para nossa sociedade. Mas é por esse exato motivo que tenho que tirar o chapéu para nosso governo. Ele é extremamente coerente. Vamos aos fatos: 1. Desde que iniciou seu mandato, o governo vem dando maus exemplos para nossa sociedade, desde o desdenhar a educação formal, até a declaração do Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que fumou maconha até os 52 anos e se diz a favor da liberação das mesmas, sem explicar como combater seus males e o impacto social; 2. O governo demonstra fisiologismo, algo tão comum nos sindica