O Presidente das Elites

Pode ter sido premeditado. Ou apenas uma coincidência, mas o ponto principal é que nunca na história desse país (já ouvi isso em algum lugar) um presidente serviu às elites tão generosamente. E por elite, uso o termo como sinônimo de burguesia, infelizmente, pois elite é o que há de melhor, mas isso não é o entendimento popular no Brasil.

Salvo alguns "bois de piranha" para disfarçar, Lula e sua turma fizeram muito mais para as elites do que eles jamais imaginaram ou pediram. De acordo com a esquerda política, a elite é a casta dominante com visão retrógrada e que visa apenas seu próprio benefício através da manutenção do status quo que a favorece. Lula foi impecável em perpetuar isso.

Vamos aos fatos. Com a manutenção dos juros elevados, Lula remunerou o capital não-produtivo, o ganho financeiro, favorecendo àqueles que têm recursos financeiros ao invés de forçá-los a investir em negócios e geração de emprego (ao contrário do que prega, Lula criou apenas 22 mil empregos ao aparelhar a máquina do estado com seus asseclas esquerdistas. Quem gera emprego são os empreendedores e empresários). A elite agradece.

Não precisou investir para remunerar seu capital. O povo pagou. Mesmo os empregos gerados não obtiveram ganhos reais, com salários menores que a média.

Outro aspecto do benefício à elite oi o sucateamento do ensino básico em prol do ensino superior. Não que o ensino superior seja desnecessário, mas é que ao investir em ensino básico Lula estaria criando uma geração de jovens pensantes e com conhecimento. Exatamente o que a elite não quer. Uma classe pensante questiona o status quo.

Além disso, o ensino superior é frequentado basicamente pelos herdeiros da elite, pois os mesmo têm acesso facilitado a ele. Ao investir (mesmo que pouco) no ensino superior sem investir no ensino básico, Lula beneficia a elite. E ela agradece, pois o dinheiro que ela teria que investir em ensino fica para as viagens à Europa.

 Na linha de evitar uma classe pensante e com conhecimento está o famigerado Bolsa Família. Ao dar o "mensalinho popular", Lula diminui um pouco a pressão no caldeirão dos menos favorecidos. A elite teme que o povo desça o morro, como afirmou um ex-presidente general. Ao dar uma "esmola", Lula acostuma o povo às benesses do governo (as mesmas que ele e seu grupo estão experimentando, aliás como concessão da elite que o deixa fazer isso em troca de sua política retrógrada) e cria uma casta inerte, que não busca mudanças. Como diz o ditado, a necessidade é a mãe de todas as invenções. Ao tirar a necessidade de ter mais, o povo pára de inventar. A elite agradece o povo inerte.

Assim é mais fácil manter o status quo.

 Ao contrário do que dizem os menos esclarecidos, a economia não cresce não porque os fundamentos estão errados, mas sim porque uma economia enfraquecida justifica uma das maiores armas da elite,  o protecionismo. Com a desculpa que deve proteger nosso mercado, Lula não investe em uma política séria de globalização e preparo do Brasil para o século 21 (para muitos ainda estamos no 19).

Assim, Lula beneficia aqueles que não querem mudar e sentem-se acomodados e satisfeitos com o que tem. Sucateia o Brasil para poder vendê-lo a preço barato, condição perfeita para os que querem aproveitar os recursos de um dos mais ricos países do mundo. Tudo isso não seria possível se tivéssemos instituições mais fortes, mas até isso Lula se encarregou de cuidar. O mensalão desmoralizou o Congresso, o Supremo Tribunal foi infestado de advogados de defesa e as agências reguladoras foram atadas.

Só faltou a imprensa. Lula até tentou, mas não conseguiu. "Comprou" um ou outro veículo, mas não conseguiu calar a imprensa. Calou-se ele então, evitando entrevistas nos primeiros três anos de seu governo. Se tudo isso não fosse suficiente, o efeito colateral desses pontos é o pífio crescimento do país, na frente apenas do Haiti na América Latina. E finalmente, o mais grave. Ao falar errado, cometer gafes e usar o futebol como metáfora, Lula cria um manto de credibilidade com o povo menos esclarecido, o que o permite divulgar números errados, inflacionando-os quando interessa e diminuindo-os quando convém, manipulando o povo.

Ao saber que o povo não entende de números e confia em sua imagem (imagem, pois o que Lula mostra em público não é o mesmo Lula em privado), Lula usa da covardia de falar o que o povo quer escutar. Povo satisfeito é povo inerte. A elite agradece.

Como disse, pode até ter sido premeditado colocar um presidente das "massas" a serviço da elite, mas se não foi demonstra mais uma vez que, para ser elite, não bastar ser pai, tem que ser padastro.

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