Anonymous não me representa.


 Muitos amigos têm enviado-me via e-mail e compartilhado no Facebook um vídeo do grupo que se auto-intitula Anonymmous, propondo uma agenda para os movimentos sociais que eclodiram ultimamente no Brasil. Eles tentam dar “cara” ao protesto. E eu acho isso um erro crasso.
O Anonymous é um grupo hacktivista. Do Wikipedia, “O termo Anonymous também é comum entre os membros de certas subculturas da Internet como sendo uma forma de se referir às ações de pessoas em um ambiente onde suas verdadeiras identidades são desconhecidas.

Na sua forma inicial, o conceito tem sido adotado por uma comunidade online descentralizada, atuando de forma anônima, de maneira coordenada, geralmente em torno de um objetivo livremente combinado entre si e voltado principalmente a favor dos direitos do povo perante seus governantes. A partir de 2008, o coletivo Anonymous ficou cada vez mais associado ao hacktivismo (devido ao integrante "ilusionistaweb" logo "ilusionista_bst" ) , colaborativo e internacional, realizando protestos e outras ações, muitas vezes com o objetivo de promover a liberdade na Internet e a liberdade de expressão. Ações creditadas ao Anonymous são realizadas por indivíduos não identificados que atribuem o rótulo de "anônimos" a si mesmos.”
Mas ao mesmo tempo, o grupo representa a antítese dos movimentos de rua e por isso ele não deveria ser o promotor nem a liderança desses atos.

Eis as razões:

1.      Pregamos a transparência no processo político, portanto não podemos ter como interlocutores um grupo cujo os indivíduos usam máscaras;

2.      Pregamos a ética e a legalidade, não queremos saques nem vandalismos, portanto não podemos ter como interlocutores um grupo que (sem entrar no mérito de questão) invade sites (hoje crime no Brasil), tem seus membros presos por cybercrimes e não atuam dentro dos termos jurídicos-legais atuais (se achamos esses termos errados, que os mudemos, dentro da regra)

3.      Pregamos o apartidarismo, portanto não podemos ter como interlocutores um grupo que não sabemos quem estar por trás, correndo o risco de sermos manipulados (quem garante que não há gente com agenda partidária criando essas mensagens, uma vez que podem usar as máscaras e não serem identificados?);

4.      Pregamos a não violência, portanto não podemos ter como interlocutores um grupo que usa como personagem-símbolo (assistam o V de Vendetta), um criminoso que sequestra, destrói bens públicos e prega a anarquia.

5.      Pregamos uma agenda ampla e positiva, portanto não podemos ter como interlocutor um grupo que reduz essas demandas e tenta “simploriar” um momento tão rico.

A agenda do Anonymous pode até ter sua razão e necessidade de existir, ou mesmo ser positiva, mas não me representa nesse novo momento do meu país.

Simplesmente eles não combinam.

 

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