Carta Aberta aos Senadores

Prezados Senadores e Senadoras, gostaria de agradecer ao mais recente e deprimente espetáculo político apresentados a nós, mero eleitores, a absolvição de Renan Calheiros. Aliás é assim que vocês nos enxergam, meros eleitores, pois após as eleições somos nada para vocês. Não importa se o senador (aliás, em minúscula, pois não dá para colocar mais baixo) Renan Calheiros cometeu um crime previsto no código civil/penal brasileiro. O que importa foi que ele é réu- confesso de quebra de decoro (como alguns de vocês não sabem o que isso, explico, decoro é acatamento das normas morais; dignidade, honradez, pundonor) e portanto passível de cassação. Mas esperar o quê de personagens como Wellington Salgado, senador- suplente, que nem voto recebeu e divaga sobre democracia (cometendo erros crassos de português, é claro, para manter o padrão)? Ou da senadora Ideli Salvatti, que a única contribuição à felicidade dos brasileiros foi permitir que sua assessora posasse nua em uma revista masculina, sem contar seu papel de defensora, dos agora indiciados, petistas do mensalão? Ou Romero Jucá, que foi afastado do governo por denúncias de corrupção? Esperar nada. Saber que as instituições políticas estão em ruínas em nosso país pode ser motivo de tristeza e desprezo para alguns. Mas para mim é motivo de alegria. Sim, pois somente ruindo é que iremos construir instituições novas. Se o Senado há tempos já deixou de fazer sentido no cenário político brasileiro, pois em um país democrático a função do Senado é, entre outras, zelar pelos direitos constituicionais do povo, hoje demonstrou que não conseguiu sepultar qualquer esperança de que veremos um país justo em breve. Senador-suplente que não recebeu nem um voto, portanto não tem legitimidade, falando sobre democracia (aliás com erros crassos de português), seguranças agredindo deputados, senador Renan Calheiros com dedo em riste dando bronca no Senador Suplicy, 41 senadores declarando que votariam pela cassação e apenas 35 o fizeram, e vários outros episódios demonstram que algo precisa ser feito imediatamente para resgatar nosso amor próprio. Do que adianta termos pessoas como Jefferson Peres, Eduardo Suplicy, Paulo Paim, Arthur Virgílio, entre outros se os mesmos não podem jogar pelas mesmas regras. As regras do clientelismo, toma-lá-dá-cá e do interesse pessoal acima do coletivo? Sugiro a renúncia desses membros do Senado. Assim não estaríamos cometendo uma injustição quando generalizássemos e disséssemos que no Senado só existem picaretas. Saiam já. Deixe essa casa fétida para aqueles que se acovardaram e deixaram em sua presidência um homem que não respeita a família, valores éticos e morais. Busquem o real valor de suas vidas, pois o meio faz o indivíduo. E vosso meio não é mais meio, é fim.

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